Já não é mais novidade dizer que a pandemia do Covid 19 transformou as mais diversas áreas de nossas vidas. A rotina de trabalho de uma considerável parte da população de todo o mundo, por exemplo, sofreu adaptações que, provavelmente, serão mantidas mesmo quando o caos gerado pelo vírus passar. Muitas pessoas passaram a ter sua casa como ambiente de trabalho e tudo isso, graças a tecnologia.
A questão é que nem todos os profissionais têm segurança de fazer um trabalho tão bem feito em home office como seria caso estivessem em condições normais. Uma pesquisa feita pela consultoria Maturi em parceria com a NOZ Pesquisa e Inteligência, ouviu 1.883 pessoas entre 23 de junho e 19 de julho e mostra que profissionais com 50 anos ou mais estão dispostos a trabalhar em casa ou de forma híbrida – sendo uma porcentagem das horas trabalhadas em casa e o restante presencialmente.
No entanto, um dos maiores desafios passa a ser a adaptação aos recursos tecnológicos necessários para que esse trabalho possa acontecer. O estudo mostra que 58% dos entrevistados acredita estar pouco ou nada preparado para utilizar tecnologia e aplicativos de gestão. Outros 47% consideram que têm pouca agilidade para lidar com ferramentas de colaboração online.
Maria Daluz de 59 anos é psicóloga e explica como foi sua experiência de transição para o home office. “Por um lado foi ótimo, consegui otimizar meu tempo e encaixar mais pacientes em um único dia, já que não tinha necessidade de mudar de consultório ou esperar que viessem até mim”. Por outro lado, Maria conta que a adaptação com os dispositivos de vídeo chamada não foi simples, já que não estava acostumada a depender da internet para fazer seus atendimentos.
A psicóloga é apenas um exemplo do que reforça os dados da pesquisa feita pela Maturi. 84% veem-se aptos a uma jornada flexível e com mais autonomia, mas vale destacar que essa percepção é bem melhor entre aqueles com ensino superior (82%) e pós-graduação (90%). Vale ressaltar, também, que 91% dos profissionais maduros que já atuavam em casa antes da pandemia sentem-se mais preparados para esse modelo, enquanto o percentual é de 60% entre os que não trabalharam no home office durante o período. Ou seja, lidar bem ou não com as questões tecnológicas podem estar mais ligadas ao costume do que à idade.