[Texto originalmente publicado no LinkedIn por Renata von Anckën, Vice-Presidente da Truppe]
Hoje é comemorado o Dia Internacional das Meninas nas Tecnologias de Informação e Comunicação (Girls in ICT Day). Apesar da presença feminina no setor estar aumentando, ainda é possível afirmar que se trata de um mercado majoritariamente masculino. Segundo dados da Brasscom, apenas 39% dos empregos no setor são preenchidos por mulheres. Além disso, dados apontam que 2/3 das mulheres abandonam a formação em áreas da tecnologia antes mesmo de chegar ao segundo ano.
Os motivos para esses números, certamente, não é a falta da capacidade feminina de assumir cargos neste setor. Uma das razões é o preconceito enraizado na sociedade. Em 2022, uma pesquisa demonstrou que 78% das mulheres que trabalham com tecnologia afirmaram ter sofrido preconceito no ambiente de trabalho. Outro fator é a falta de exemplo e inspiração, o que faz com que menos meninas escolham as profissões destas áreas no momento de determinar sua carreira. Adicionalmente, ainda há a disparidade salarial entre homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo.
Datas como a que celebramos hoje nos desafiam a pensar o que falta para que mais meninas sejam estimuladas a ingressar nas carreiras de tecnologia e qual o caminho para capacitá-las. Neste ano, o tema principal da discussão é a liderança e a importância de modelos femininos que servem de inspiração para que as mulheres se sintam motivadas para prosseguir os estudos em áreas como: Tecnologia da Informação, Ciência de Dados, Inteligência Artificial, Engenharia de Computação e de Software, Análise e Desenvolvimento de sistemas, Segurança da informação e outros.
Para mudar esse cenário, existem uma série de iniciativas que incentivam a capacitação dessas meninas e mulheres. O Projeto “Elas na Rede”, por exemplo, promove cursos livres e gratuitos presenciais para meninas acima de 16 anos, provenientes do ensino público, em Belo Horizonte.
Comunidades como a MCIO Brasil atuam elevando a representatividade feminina na tecnologia apoiando a entrada, recolocação, evolução e a ascensão de Mulheres no mercado de Tecnologia. O Programaria é um projeto que tem como intuito contribuir para que as mulheres se sintam confiantes para explorar as áreas da tecnologia, da programação e do empreendedorismo, além de motivar o debate sobre a ausência de mulheres nessas áreas e promover oportunidades de aprendizado na programação. Outro programa que que fortalece a presença feminina na área do TI é o WoMakersCode, maior comunidade de mulheres em TI da América Latina, que desenvolve atividades, como bolsas de estudos para cursos online com foco em desenvolvimento profissional e econômico.
Esses são apenas alguns exemplos das ações que a sociedade como um todo pode fazer para que a presença feminina nas áreas de ciência e tecnologia seja maior e mais consistente. Os desafios ainda são muitos, mas o exemplo, o incentivo e as oportunidades de capacitação e emprego são as ações essenciais para a transformação desse cenário.