É difícil imaginar o cinema hoje em dia sem efeitos especiais. Nossos olhos já estão acostumados com a magia que essa tecnologia nos proporciona. Mas, foram anos e anos de estudos para que tamanha perfeição fosse alcançada. Diversos artistas investiram em tecnologias exclusivas para a sétima arte. Em paralelo, diretores passaram anos aperfeiçoando técnicas especiais.
Desde as primeiras exibições feitas pelos irmãos Louis e Auguste Lumière, o cinema se modernizou com a intenção de promover uma experiência agradável para o público. Somando, então, mais de 120 anos de evolução e avanços tecnológicos. Já no fim do século XIX, o público se surpreendia com as imagens em movimento. Existem, inclusive, relatos de pessoas que saíram correndo da sala quando os irmãos Lumière exibiram pela primeira vez a Chegada De Um Trem na Estação (1895).
Ainda em 1895, The Execution of Mary Stuart chocou os telespectadores com a cena que retrata a decapitação da rainha Maria da Escócia. O truque foi feito com ajuda de edição, pois antes de o carrasco finalizar seu golpe, a filmagem foi interrompida e a atriz substituída por um boneco.
Nada comparado com o que nos é oferecido nos dias de hoje mas, para a época, a cena de 18 segundos foi suficiente para marcar a história.
Metropolis, de 1927, é outro filme importante a ser citado como um marco na evolução dos efeitos especiais. O alemão Fritz Lang utilizou de técnicas diferentes para recriar um mundo distópico, como maquetes detalhadas para reproduzir os cenários de uma cidade futurista.
Foi nessa produção que surgiu o inovador e famoso efeito Shüfftan, em que utilizavam-se espelhos em posições estratégicas para conseguir ter planos em que os atores reais fossem “inseridos” no mesmo quadro que as miniaturas cenográficas. Tal truque foi adotado por inúmeros filmes ao longo dos anos 30 e 40.
Não podemos passar pelos anos 30 sem falar, também, da técnica matte painting, nela, cenários eram recriados por meio de grandes quadros ou pinturas em vidro e inseridos atrás dos objetos filmados em primeiro plano durante a montagem. Uma solução para criar ambientes sem a necessidade de grandes estruturas, temos um grande exemplo dessa técnica em O Mágico de Oz (1939).
A cor chegou às telas junto dos anos 40 e 50 graças a mais um efeito visual: o Blue Screen. Por conter três tiras, os filmes da Technicolor permitiam que as cenas fossem rodadas em um fundo azul, recortadas em uma impressora digital e combinadas com outras imagens na edição final.
Entre os anos 60 e 70, os diretores recorreram aos efeitos práticos na maioria dos casos. Assim como dispositivos mecânicos que pudessem reproduzir o que era pensado pelos roteiristas. Filmes de ficção científica usaram e abusaram desses recursos. Um dos maiores passos em relação aos efeitos visuais aconteceu na década de 90. Os efeitos 3D gerados por computador conquistaram espaço nas produções hollywoodianas. Jurassic Park, 1993, foi apenas o começo de uma revolução, afinal poucos poderiam imaginar ver dinossauros tão realísticos nas telonas.
O americano James Cameron, ainda não satisfeito com a evolução dos efeitos, passou 10 anos estudando meios e processos que atendessem suas expectativas para filmar o elogiado Avatar, 2009. Mesmo sendo usado de exemplo e referência, independente do sucesso de Avatar, os avanços tecnológicos para efeitos especiais nunca parou. As tecnologias continuam evoluindo, os diretores continuam se empenhando e presenteando o público com efeitos belíssimos.