O líder de verdade

O líder de verdade

Ao pensar sobre o tema “liderança”, diversos conceitos usados diariamente pelo mundo corporativo, como as características de líder, aparecem em nosso imaginário. Espera-se que essa pessoa seja apaixonada pelo que faz, automotivada, estratégica, comunicativa, habilidosa, adaptável, disciplinada, de fácil relacionamento e ainda tenha a capacidade de unir pessoas por meio da busca incessante por excelência. Além disso, também é solicitado que o líder seja simples, um verdadeiro exemplo para seus liderados e que conheça todas as etapas de fluxos e processos da empresa.

É muito provável que alguma característica importante não tenha sido citada e você, que está lendo este texto agora, já lembrou dela e pensou: “faltou dizer que…”. Não tem problema. Acrescente esse ponto e a reflexão segue.

Será que algum ser humano consegue manter essa constância e excelência de todas as características? Será que ser um bom líder requer que a pessoa siga esse manual, como se fosse uma receita de bolo e um padrão perfeito de comportamento?

Alguns vão dizer que não precisa de tudo isso, que na verdade é necessário buscar o máximo e que cada um tem seu perfil etc. No entanto, no dia a dia de uma empresa, basta o líder cometer uma falha com seus liderados para que ele seja cobrado e julgado como se todas as características positivas executadas em anos sumissem do dia pra noite. Se não for julgado, no mínimo, será severamente questionado.

Como consequência, o líder faz a si mesmo as seguintes perguntas: o que fazer? Como posso engajar equipes? Como conquisto a admiração das pessoas o tempo todo? Eu posso errar? Basta pedir desculpas? E lá vai o líder, por exemplo, fazer uma reunião para conversar com o time. Aliás, essas perguntas surgem mesmo quando erros explícitos não acontecem, mas os resultados não estão satisfatórios.

O líder dá ideias, sugere metas, fala sobre premiações, reconhecimento, marca até um evento para reunir e parabenizar os melhores, cria movimentos de promoções. Tudo isso para que seus liderados sejam impactados por meio de grandes ações com o objetivo de melhor os resultados.

Neste momento, uma reflexão aparece, ou melhor, provocações…

Por que muitas dessas fórmulas e padrões continuam sem surtir o efeito necessário de engajamento e as empresas seguem investindo milhões por ano em programas de treinamento para líderes? Há empresas que fazem estes programas há mais de 10 anos. Em algumas ocasiões pontuais, os resultados aparecem, mas, em pouco tempo, precisam ser atualizados e novos treinamentos surgem com os mesmos conteúdos e padrões a serem seguidos.

Já parou para pensar no amor? Seja o amor entre um casal, entre pais e filhos, entre amigos ou quaisquer outras possibilidades. Pense no amor: como conseguimos identificar o amor “verdadeiro”?

Pensando em um casal, um parceiro ama verdadeiramente o outro por causa do dia cerimônia e da festa de casamento? Ou por uma viagem inesquecível ao exterior? Ou mesmo por um lindo presente de aniversário?

Obviamente, viver cada um desses momentos pontuais é maravilhoso. Todos são importantes. Mas segue a provocação: é isso que faz com que um parceiro ame o outro? As mesas comparações valem entre amigos e familiares.

Amamos um grande amigo por um presente que ele nos deu ou até por uma viagem feita juntos? Alguns vão dizer que sim, mas insisto com a provocação: é por isso que o amor entre vocês é duradouro e quase indestrutível?

O ponto é: amamos verdadeiramente um parceiro por todos os dias em que ele esteve ao nosso lado. Pelos dias difíceis, que chegamos em casa derrotados, estressados, irritados, com vontade de jogar tudo pro ar, mas o parceiro (ou parceira) está lá, com um ombro, um abraço, um carinho. A viagem para o exterior pode ter sido inesquecível, mas aquele domingo chuvoso, em que o parceiro dividiu as lágrimas com você pela semana terrível, com certeza, fizeram o que chamamos de “amor” surgir.

A cerimônia de casamento tem fotos maravilhosas, tiradas por um fotógrafo profissional e vocês adoram vê-las, mas aquele dia em que ele deu a mão pra você, enquanto você duvidava de você mesmo, e disse: “fique tranquila, eu estou do seu lado. Vamos juntos”, fez o amor verdadeiro surgir, dia após dia, choro após choro, batalha após batalha…

Com a liderança, a lógica do amor verdadeiro deve ser posta como prioridade. Em vez de o líder buscar apenas os grandes eventos, as grandes reuniões, as premiações e promoções pontuais, ele deve segurar a mão de sua equipe e dizer: “eu estou com vocês, em todos os momentos”.

As reuniões e eventos devem continuar, assim como as festas de casamento e viagens inesquecíveis. O que não pode faltar é o dia a dia, a parceria, o comprometimento, a ajuda, a compreensão nos dias mais complicados. É fácil dar um prêmio ou uma promoção para um membro da equipe que atingiu a meta. É mais fácil ainda comemorar em cima de um palco e gritar de alegria com todos sorrindo e cheios de motivação.

No entanto, a liderança, o exemplo, a conduta e o engajamento de uma equipe virão quando o líder estiver presente nos momentos mais difíceis, nas derrotas, nas lágrimas de tristeza e nas inseguranças do cotidiano. E mesmo com todas as dificuldades, o líder não desiste de seu liderado. Ele oferece ajuda, forma o profissional e transforma sua vida.

Por menos padrões de liderança escritos em manuais frios e de fácil leitura e por mais realidade e comprometimento, acredite na liderança que faça surgir, dentro do contexto corporativo, um conceito de “amor verdadeiro”. Quem sabe assim, mais do que funcionários e colaboradores, você terá o tão sonhado time, equipe ou família de vencedores. Aposte no dia a dia, viva a realidade, ajude, estenda a mão, seja presente e autêntico! A Truppe acredita em pessoas de verdade!

Redação Truppe!

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