Para quem tem pressa:
- A Inteligência Artificial trouxe inovações surpreendentes, mas também pode apresentar perigos ainda desconhecidos em diversos contextos;
- Imagens e áudios criados por IA têm levantado dúvidas sobre como diferenciar o real do fictício, impactando a opinião pública e a confiabilidade das informações;
- Exemplos, como o caso da Cambridge Analytica, mostram como a IA pode ser utilizada para manipular informações;
- A falta de regulamentação específica para a IA dificulta o combate à desinformação, exigindo que plataformas e órgãos legisladores estabeleçam medidas para protegerem a sociedade e reestabelecer a confiança nas mídias.
A Inteligência Artificial (IA) é resultado de muita evolução tecnológica e que proporciona modelos que atuam com foco na eficiência, agilidade e inovação, mas também pode oferecer perigos que ainda estamos descobrindo. Com o Chat GPT e outras plataformas de serviço com IA, a criação artificial de imagens e áudios estão surpreendendo e trazendo discussões sobre contextos políticos e sociais.
Conteúdos criados através de IA comprovaram que podemos colocar qualquer pessoa, famosa ou não, em cenários inimagináveis, como comprovado com a criação de áudios “imitando” vozes dos famosos na recente propaganda da Volkswagen. O processo criativo simplificado pelo uso de inteligência artificial, que não exige conhecimentos técnicos ou teóricos, passou do divertido e curioso ao limite que colocou em questionamento os nossos recursos atuais para diferenciarmos o real do fictício.
Manipulação e desinformação
O potencial de disseminação de informações falsas e manipulação é alarmante, tendo como forte exemplo o caso da Cambridge Analytica e o uso de IA para direcionar conteúdo e propaganda no Facebook, assim como o crescente uso de redes sociais e a presença das plataformas de comunicação em nosso dia a dia acabam sendo grandes alertas para um possível fluxo de desinformação.
Outra preocupação é o viés cognitivo já que os modelos de inteligência artificial não têm pensamento crítico, utilizando o aprendizado de máquina com a coleta de dados e interação, ou seja, com o que ela observa e acompanha. Como os algoritmos são criados por seres humanos, eles podem refletir preconceitos inconscientes ou discriminatórios, fazendo com que sistemas reproduzem e reforcem desigualdades e injustiças históricas.
Regulamentação
Muito vem sendo falado sobre a falta de regulamentação específica para a IA, tornando ainda mais difícil regulamentar e prevenir a disseminação de conteúdo falsos ou irreais. A cada dia a exigência por maior rigor em plataformas de redes sociais, identificando e rotulando conteúdo gerado por IA ou até mesmo o que não trata-se de conteúdo verdadeiro, além de órgãos legisladores e reguladores atuando em penalizar quem não cumpre com o previsto em leis, vem sendo uma realidade constante. No Brasil, por exemplo, temos a Lei Geral de Proteção de Dados, além do Marco Civil da Internet e o PL 2630/2020, trabalhando em conjunto para criar cada vez mais um ambiente digital mais inclusivo, seguro e saudável.
As empresas que trabalham ou desenvolvem soluções com modelos de inteligência artificial precisam ter a consciência da importância em proteger a confiabilidade dos meios dos sistemas e meios de comunicação digitais. Mesmo com toda evolução tecnológica e a promessa de que o uso das IAs pode ser algo cada vez mais revolucionário, nós ainda temos muito o que aprender sobre os perigos e trabalhar com essa transformação digital de maneira responsável.
Este artigo possui referência dos canais CNN, Olhar Digital e Tech Tudo.